Celeste é um jogo indie de plataforma em que o jogador controla uma garota chamada Madeline e acompanha sua subida a montanha Celeste. Para isso, ela precisa pular e escalar paredes, desviando de perigos mortais. A história que o jogo conta é incrível e a medida que o jogador sobe a montanha, mais você vai sabendo do porque Madeline está subindo.
Introdução
Celeste é uma das boas surpresas de 2018. Logo no começo do ano já temos uma obra-prima. É um jogo de plataforma sensacional. Daqueles que você morre centenas de vezes e continua tentando para conseguir passar daquela parte e empacar numa logo em seguida. Ótima história, controle sensacional e personagens fantásticos fazem o jogo se tornar uma experiência inesquecível.
História
É um jogo sobre subir uma montanha. Mas também é muito mais do que isso. Ao ajudar Madeline a subir a montanha, você vai descobrindo a razão que ela tem pra subir a montanha. E melhor do que isso, no começo nem mesmo ela sabe porque está fazendo isso. Mas com o desenrolar da história você descobre e também conhece a história de outros personagens fantásticos que Madeline encontra pelo caminho. Uma história emocionante.
Jogabilidade
Um dos pontos altíssimos do jogo! Com comandos simples (pular, escalar ou dar um dash) mas com mecânicas sensacionais relacionados a eles. A cada novo desafio você tem que descobrir como lidar com os obstáculos. É daquele tipo de jogo que você morre centenas de vezes e volta pro início da tela. Mas dá muita satisfação quando você consegue descobrir o melhor método de passar de um desafio.
Gráficos
Celeste é um jogo muito bonito! Tem um tipo de arte bem simples, mas magnífico. Os personagens são todos carismáticos. A montanha é sensacional.
Conteúdo
O jogo é fantástico e possui uma quantidade de conteúdo bem grande. Apesar disso, ainda fica um pouco de sensação de quero mais e é possível acabar o jogo em poucas horas. Poderia ser um pouco mais comprido.
Conclusão
Celeste conseguiu entrar para lista dos grandes jogos de 2018 logo no começo do ano. Uma bela surpresa e recomendado para todos amantes de jogos de plataforma (principalmente quem jogou e gostou de Super Meat Boy), mas também para quem simpatiza pelo gênero é uma ótima recomendação.
Um dos melhores indies já feitos nesta geração, sua história, arte, jogabilidade simples e intuitiva são motivo o suficiente para ter ganho o prêmio de melhor jogo independente e melhor jogo de impacto, pois sua história trás uma reflexão incrível sobre auto compreensão e aceitação.
Por fim vamos dar início, começando pela jogabilidade.
Jogabilidade:
A jogabilidade do game é simples, Madeline, a protagonista do game, é capaz de saltar, dar dash (que é aquele empurrãozinho rápido no personagem), e agarrar, porém não por muito tempo, e por fim o pulo duplo que você só adquiri no final do game (existe um motivo para isso mas prefiro fazer a análise sem spoilers). Apesar de simples o estúdio Matt Makes Games conseguiu fazer com que essas mecânicas se unissem a uma dificuldade fora do comum em jogos, tornando o que era simples em algo preciso e extremamente complexo por ter que fazer cada movimento da maneira certa se não é morte na certa.
Mas não se assuste, se morrer no começo e achar que daí pra frente só piora. Na verdade o estúdio fez uma mistura interessante dentro do game onde a dificuldade das fases está em constante mudança independente da sua progressão no game, existem fases mais fáceis até no final do game.
Gráfico:
A Pixelart do jogo é simplesmente sensacional, o estúdio teve um cuidado notável em cada cenário, cada personagem e cada animação de inimigos e até mesmo no background (fundo da tela) do game, sendo possível tirar boas capturas de vez em quando.
Se parar algumas vezes em lugares altos ou gelados como montanhas, poderá notar que depois de um tempo imóvel, a Madeline espirra, pode ser algo simples mas a arte desse momento e a curiosidade desse detalhe é apenas uma das diversas provas que eu posso apresentar a vocês de como o estúdio caprichou neste game.
Outra coisa interessante é que durante os diálogos com outros personagens podemos ver uma arte diferente, que nos dá maiores detalhes de cada personagem, fazendo nos apegar mais a história e aos personagens carismáticos do game. Sem contar que o companheiro de escalada que logo vira melhor amigo de Madeline, Theo, é outra grande parte importante do game que além de trazer bons diálogos ao longo do game, tem um hábito constante de sempre tirar uma selfie do momento, o que trás algumas artes incríveis de uma das designers responsáveis pelo game. Inclusive resultando em uma conta no Instagram para o personagem Theo, @theounderstars que infelizmente foi descontinuada mas é uma página com ótimas artes além das já presentes no game.
História:
Aqui falaremos de um ponto extremamente importante, talvez o mais importante do game, pois cada personagem que faz parte dessa história é extremamente importante e deve ser levado em consideração quando se joga.
A começar por Madeline, que é uma garota que sofre de ansiedade e ataques de pânico, com indícios de depressão e resolve dar um tempo de tudo e escalar uma montanha para sentir que realizou algo. Madeline está sempre contrariando a si mesma, com dúvidas sobre suas próprias decisões antes mesmo das consequências. Quando Madeline vai para a montanha, logo é introduzida a uma senhora que mora no pé da montanha que a alerta que essa montanha tem poderes mágicos sobre aqueles que a escalam, Madeline cética com isso escala mesmo assim, e conforme ela vai subindo, sua parte negativa em sua cabeça toma forma e torna-se a inimiga de Madeline no game, estando sempre perseguindo ela. Aqui vemos uma forma de negação de si mesma e uma necessidade de auto aceitação, afinal, Madeline precisa derrotar sua parte negativa. Mas, claro, a história tem uma profundidade muito maior do que isso porém sem spoilers na análise.
Partindo para os personagens, que são tão importantes quanto Madeline, afinal não é apenas uma pessoa que tem problemas nesse nosso mundo e Celeste mostra isso da melhor maneira possível. Somos pessoas diferentes com problemas diferentes e soluções diferentes e o game tem uma maneira peculiar de mostrar isso com diferentes fases para cada personagem conhecido no game. Os diálogos com Théo que ainda não sabe o que fazer da vida, o Sr. Oshiro que é um fantasma que assombra seu próprio hotel, são personagens que nos trazem momentos de reflexão sobre como cada personagem lida com seu próprio problema.
Esse é o motivo de Celeste ter ganho o GOTY (Melhor jogo do ano) de melhor jogo de impacto, sua história profunda e diversificada consegue captar sua atenção de forma tão cativante que é impossível não se apegar a pelo menos um desses personagens.
Trilha sonora:
Aqui está um ponto fraco. Não estou dizendo que a trilha sonora é ruim, muito pelo contrário, a trilha sonora deste game é perfeita para cada momento, seja ele de tensão em fases mais difíceis ou de tranquilidade em cutscenes e diálogos. Porém, com o nível de dificuldade elevado, é impossível não morrer ao menos 1 vez e conforme você morre, a música de fundo acaba se tornando repetitiva, pois é, este é o único ponto negativo do game.
Conclusão:
Celeste é, sem dúvidas, um dos melhores indies desta geração, com um nível acima do normal de dificuldade que te desafia a tentar até conseguir. Um design pixelado incrivelmente cativante e uma história tão profunda que nos faz sentir cada emoção de cada momento do game. Sem dúvidas uma ótima mistura que o torna um ótimo indie. Se não fosse pela questão da trilha sonora eu daria um 10, mas como nenhum jogo é perfeito, um 9.5 está ótimo.