E ai meus amigos, esta é a primeira análise que trazemos para a GameBros!
E vamos falar sobre The Order:1886 (Link da página do game na Game Bros), um game lançado em 20 de fevereiro de 2015, produzido pela Ready at Dawn (mesma de Daxter e God of War para PSP), com contribuição da Santa Monica Studios e publicado pela Sony, sendo um de seus exclusivos no segundo ano do Playstation 4.
Trata-se de um Shooter de ação e aventura, em terceira pessoa, com elementos do folclore bretão e elementos Steampunk bem sutis.
A história fala de um grupo de cavaleiros chamado "the order" (a ordem), uma espécie de sociedade discreta, mas não secreta, de pessoas que dedicam suas próprias vidas a combater forças obscuras no mundo, criada pelo próprio Rei Arthur. Vale lembrar que Rei Arthur é um personagem parte real, mas muito mais folclórico, que estima-se lutou pela Bretanha no século IV e V e teoricamente criou a Távola Redonda.
Um ponto interessante do jogo e seu enredo, é que ele não revela os problemas a lidar desde o princípio, você começa a aventura no dia 20 de novembro de 1886, numa masmorra sendo torturado, numa espécie de prólogo do jogo, em que você aprende e se adapta com a jogabilidade. Somente depois deste prólogo, que não é curto, você é levado para meses antes, e durante toda o gameplay, a história se desenvolve lentamente e você é apresentado aos males combatidos pela Ordem.
A trama vai acontecer na região de Whitechapel em Londres, uma onda de assassinatos, uma revolta popular muito bem retratada pelo jogo e uma força oculta de licantropos que desafiam A Ordem, a economia e política da cidade.
É interessante a escolha do ano 1886, um ano absolutamente normal para Londres, neste ano os únicos fatos reais e apontados no jogo são, a patente do carro de Karl Benz (mencionada em um colecionável), as revoltas populares que aconteciam nesta época em Whitechapel, decorrente da pobreza extrema e da criminalidade na região, que culminaram em 1887, no Domingo Sangrento. Além disso, o jogo faz menção a Jack Estripador, que foi um serial killer, que degolava e abria suas vítimas, prostitutas de Whitechapel, mas que em verdade, atuou em 1888, com 5 mortes consideradas canônicas.
Mas como se trata de um jogo, numa realidade steampunk, portanto alternativa, estes elementos enriquecem a trama, dando um ar de credibilidade ao pano de fundo. Todo o game se passa pelas mãos e olhos de Sir Galahad, um respeitado membro da Ordem, conhecido no mundo exterior como Arthur Greison, é um membro exemplar! Durante o jogo claramente percebemos que ele deixou para trás todos seus desejos e paixões em prol da Ordem.
Durante toda a gameplay somos levados pela periferia de Londres, os tuneis e estações de metrô deste lado da cidade, os arredores de Whitechapel e até mesmo o interior de um dirigível (zeppelin). Numa ambientação sensacional.
A campanha é linear e parece um filme. De fato existem momentos que você se pega mais de 10 minutos assistindo cenas em CG com dialogos que te levam pelo enredo da trama. Muita gente inclusive critica este lado do jogo, mas eu sinceramente achei incrível, e mais, numa era de jogos como Detroit, Beyond Two Souls e todos os jogos da Telltale Stories, The Order foi inovador. Ai vão dizer que não são a mesma coisa, porque não tem como escolher o final etc, realmente, você não faz nenhuma escolha que altere a trama, mas todos os jogos que citei, não possuem verdadeiro gameplay, são cenas muito bem feitas, uma trama e opções clicando em botões. The Order tem um pouco disso, você se depara com um inimigo e não pode errar os botões! Seguido de uma CG incrível, mais alguns botões e assim por diante, mas não se resume nisso, tendo combate, tendo o shooter bem otimizado, tendo suspense, mas é o gráfico que rouba a cena.
A campanha pode ser finalizada entre 7 e 9 horas, se você finalizar várias vezes, facilmente fará em menos, mas é esse o tempo médio, e para a platina, com umas 12 horas você consegue.
O jogo funciona com uma física de movimentos impecável, sério, impecavel mesmo!!! É difícil achar hoje em dia, jogos com uma qualidade como The Order. Galahad anda, corre, pula, se pendura. Além disso, você tem armas curtas, armas longas e granadas. Você pode interagir apenas com colecionáveis ou com alguns objetos destacados na gameplay para alguma ação especifica.
Mas reitero a física de movimento dos personagens, dos inimigos, das armas é realmente uma aula pra outras desenvolvedoras.
A inteligência dos inimigos é baixa. Não há grandes desafios e eles não reagem de forma diferente, de acordo com situações que vc pode criar. Esse é outro ponto fraco do jogo, não existe uma dificuldade, como tudo é linear, os inimigos também o são. Com exceção de alguns licantropos, que desafiam um pouco mais, quando não se trata de Quick Time Event (aperte x e seja feliz). E de uma batalha no capítulo XV, é tudo realmente fácil.
Com toda essa linearidade e falta de inteligencia artificial, podemos resumir a jogabilidade em algo bastante simples e fácil. Tirando 3 momentos no jogo em que há um certo desafio, todas as demais 9 horas são um passeio pela Londres Vitoriana, e realmente parecerá que você está vendo um filme, um filme muito bem feito, mas apenas um filme.
Aliás a Ready at Dawn desde 2010 quando começou a trabalhar no projeto, já afirmava que queria entregar ao usuário uma experiencia audivisual diferenciada. Para tanto, usaram também como recurso o formato 21:9, com aquelas faixas pretas em cima e em baixo da tela, dando a total experiencia de que você está em um filme. E ai temos que tirar o chapéu, é um filme digno de Oscar, a qualidade gráfica é tamanha que supera os momentos sem trilha sonora, os momentos sem ação, os diálogos longos, tudo isso por um gráfico criado em 2015 que superava qualquer outro!
A constituição da Londres Vitoriana é surprendente, com cenas noturnas, na chuva e no amanhecer, você tem realmente uma experiencia virtual, mas muito real, de Whitechapel.
A trilha sonora, confesso, me deixou decepcionado. Ela é boa, ela encaixa perfeitamente nos momentos em que ela toca, mas é quase inexistente em grande parte da gameplay. Isso é um ponto mal otimizado pela produtora, que poderia ter dado um ar ainda mais tenso a este jogo que se passa, na maior parte do tempo, trabalhando com o suspense.
The Order está dublado em português e possui legendas caso prefira, mas precisamos deixar claro, a dublagem está impecável. Incluindo Camillo Borges que dublou Galahad, mesmo de Cayde 6 em Destiny.
O jogo possui alguns colecionaveis, que são requisitos para a platina, mas são irrelevantes. Com exceção de um jornal que fala da Patente da Mercedez Benz, de um easter egg com referência a Zelda e outra ao Little Big Planet, realmente são irrelevantes. Aliás falando em Easter, há também no jogo um referente a Kratos.
The Order está todo otimizado com autosave e é separado por capítulos, sendo possível reiniciar do último save quantas vezes quiser. Uma característica destes jogos da ultima geração, baixa dificuldade, baixo grau de desafio e todos os recursos para ser finalizado sem nenhum estresse.
Quando você é ferido, se não for um ferimento super grave, o jogo te apresenta um QTE em que vc aperta certos botões e o cavaleiro toma a Água Negra que carrega no pescoço. Essa Água Negra, é uma menção sútil ao Santo Graal, teoricamente, o Graal que Arthur buscava em vida. Fato é que no jogo, esta Água é dada aos cavaleiros, todos a carregam em seus pescoços e ela tem a capacidade de te curar e evitar sua morte. Efetivamente você só morre em situações de muito dano.
Os tempos de Load do game são inexistentes, tirando o primeiro carregamento quando você inicia a jogatina, que pode levar até 30 segundos, os demais são imperceptíveis, pois ocorrem durante as cutscenes.
Usando seu próprio motor gráfico, Ready at Dawn Engine, conseguiram criar uma obra de arte. Um jogo limpo, com ótima física, super bem otimizado e com quase zero bugs. Na verdade o único bug que peguei, foi no capítulo 2, uma Cutscene que começou um diálogo mas não reproduziu o audio da voz do personagem. 1 bug, só um, e de áudio. Sacanagem né!!!
A nota do jogo no metacritic foi 63/100, a recepção pelo público não foi boa, culpa da Sony, que entregou um jogo curto, com preço cheio. Realmente é um game que vale a pena, mas não pagando os salgados 200 reais. Agora pega uma promo, dá pra ser feliz é muito.
Eu daria facilmente uma nota 7,0. Afinal ele tem mais pontos positivos do que negativos e a experiencia é singular.
Então essa foi nossa análise, curta nossas redes sociais, curta o post e acompanhe para ver as próximas. Até mais!